Antes de falarmos propriamente desta ferramenta de gestão de riscos, permita-me fazer algumas considerações:

No mercado de transporte de cargas, temos vários atores e uma série de regras, procedimentos, tecnologias etc. No que diz respeito aos atores, temos: seguradoras, corretoras, gerenciadoras de riscos, consultores, embarcadores, operadores logísticos, transportadores, agenciadores e, por fim, os criminosos!

Uma operação de transporte de cargas, que consiste basicamente em levar uma carga do ponto A ao ponto B, é muito mais complexa do que parece. No meio disso, nós, gestores de riscos, precisamos aliar a tecnologia, a inteligência e os processos eficazes com o objetivo de mitigar os perigos.

Nos dias de hoje, em que os roubos de cargas crescem vertiginosamente, precisamos aliar ferramentas de forma inteligente, conciliando todos esses detalhes e jamais deixando de utilizar todas as ferramentas necessárias, desde as mais simples e baratas até as que demandam mais tecnologia e recursos.

A grosso modo, sabemos que a gestão de riscos é a análise de qualquer operação com o intuito de encontrar suas fragilidades para, utilizando as ferramentas apropriadas de maneira inteligente, mitigar os perigos da operação.

Porém, ao contrário dos criminosos, além de utilizarmos a inteligência na escolha das ferramentas, ainda precisamos pensar nos custos de utilização. Isso porque o uso excessivo destas ferramentas pode inviabilizar toda a operação enquanto que, simultaneamente, não podemos incorrer no erro de usar um número inferior ao necessário de ferramentas disponíveis, dado que isso pode custar ainda mais caro, pois poderia deixá-la vulnerável.

Vamos à ferramenta: Treinamento de motoristas!

Quem já frequentou uma central de monitoramento de veículos, ou pelo menos teve acesso às estatísticas, sabe que na grande maioria dos casos o trabalho do operador é o de correção do motorista, o famoso falso positivo.

A razão disso é que, em muitos dos casos, os investimentos nestes profissionais são muito aquém do ideal. Um problema grave, pois esta função é a base da pirâmide de todas as operações, mas que, devido ao baixo investimento, não conta com muitos profissionais adequadamente treinados para exercer essa atividade.

Os desentendimentos ocorridos entre operadores e motoristas, por exemplo, travam as operações e geralmente decorrem de uma comunicação falha. Essas situações, que perpassam desde acionamentos indevidos de botão de pânico, paradas indevidas, bloqueios, autobloqueios e até outros casos, tiram o foco do operador das ações e eventos que deveriam ter sua maior dedicação e intervenção. A consequência direta dessa situação é o alto número de alertas que poderiam simplesmente ser resolvidos com o investimento devido no treinamento dos motoristas.

Por outro lado, quem já conheceu alguma operação na qual os motoristas são adequadamente treinados, reciclados, ranqueados e premiados sabe que o percentual de falsos positivos é baixíssimo. O número de alertas cai drasticamente e as operações se tornam muito mais tranquilas e, com isso, o próprio risco diminui muito, a logística flui, a tensão diminui, os custos operacionais e as taxas de seguro caem e a colocação no mercado fica mais fácil.

Ou seja: é a receita para o sucesso!

Mas quando falo em treinamento, precisamos ter em mente que é uma ferramenta de mudança de cultura. Não adianta utilizá-la apenas a cada seis meses, um ano ou quando aparece algum problema ou há a troca de uma determinada tecnologia. O treinamento deve fazer parte do dia a dia destes profissionais que são vitais para o sucesso de todas as operações.

Mesclar treinamentos presenciais com treinamentos a distancia, antes dos embarques, em pontos de parada, bem como a aferição e o acompanhamento de resultados é de suma importância para a operação.

Existem ótimos treinamentos no mercado, tanto presenciais quanto a distância, os quais, inclusive, podem ser personalizados de acordo com cada operação. E, para a surpresa de todos, podem custar menos do que a realização de uma análise de perfil!

Isto mesmo, treinar um motorista sai mais barato do que a realizar uma pesquisa de perfil!

Todos nós, envolvidos nas operações de transportes, precisamos dar valor a esta poderosa ferramenta que, aliada a outras, pode nos dar tranquilidade em nosso dia a dia, mesmo diante do atual cenário!

A operação de transportes sem o treinamento de motoristas está fadada a maus resultados.

Tony Geraldes

04/10/2021

© Golden Service. Desenvolvido com por UM Agência .

POLÍTICA DE PRIVACIDADE